quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Encontro de Igualdade Racial da CTB debate avanços na luta por oportunidades para todos


O 2º Encontro Nacional de Igualdade Racial da CTB começou nesta sexta-feira (28), na Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), em Belo Horizonte, com o tema “Dilemas e desafios da Igualdade Racial, as relações políticas e de trabalho”. Cerca de 200 representantes de diversos sindicatos e organizações sociais de vários estados do Brasil participam do evento que termina neste sábado (29). De acordo com a secretária de Formação e Cultura da CTB, Celina Arêas, o encontro pretende debater e deliberar sobre a luta antirracista e dar formação política. Ela coordenou a mesa de debates no primeiro dia do encontro e considerou “uma vitória, porque o debate a respeito da conjuntura política nacional e da luta contra o racismo dá um salto na formação da consciência política e do entendimento que a luta antirracista é também contra o sistema capitalista”.

A secretária de Promoção da Igualdade Racial da CTB, Mônica Custódio, também comemora o primeiro dia do encontro. “Estava previsto para terminar às 18 horas, mas o debate ficou tão intenso e dinâmico que só terminou às 20h30, sem que ninguém manifestasse desejo de sair do plenário”, acentua. Ao fazer uma intervenção durante o debate, Mônica destacou que, hoje, “a população negra, na sua grande maioria de trabalhadores formais e informais, constitui a massa de maior valor em nosso país e continua sendo a construção política e econômica da nossa nação. E nós da CTB conhecemos e reconhecemos a importância de trabalharmos na superação das diversas formas de discriminação e racismo e em parceria com outros setores do movimento social, em especial, o movimento negro”.
Por Nanci Alves


Abismo salarial 

As diferenças salariais e de participação em espaços de poder também foram abordados no encontro. O tema foi abordado na mesa “Mulher e Conjuntura” pela representante da União Brasileira de Mulheres (UBM), Lúcia Rincón, pela representante da Negritude Socialista Brasileira (NSB), Rosângela Silva, e a representante dos trabalhadores rurais, negra e quilombola, Joseane Vieira.

Segundo Lúcia, se a realidade de acesso e permanência no mercado de trabalho é assunto delicado para as mulheres, isso piora e muito para as mulheres negras.  Segundo dados do IBGE de 2012, o número de mulheres negras no mercado de trabalho aumentou 47,3%, enquanto as mulheres brancas 61,8%. Os salários, que se diferenciam entre homens e mulheres cerca de 30% para prejuízo feminino se comparado na mesma função exercida, para mulheres negras a diferença aumenta ainda mais.    

Dados que apontam essa exclusão social também foram trazidos por Rosângela Silva que expôs ainda a história de segregação institucional no Brasil. “O racismo institucional é exatamente aquele que não podemos punir. Não tem uma placa na Faculdade de Medicina dizendo que negro não entra. Mas quantos negros tem na faculdade de medicina? Quantos negros são juízes ou médicos? Quantos negros são diretores nas empresas? Secretários, ministros, prefeitos ou vereadores negros? Não existe placas para que ele não seja, porém ele não é. Com esse racismo institucionalizado não bases fundamentadas da direção psicológica do racismo na vida de cada um” enfatiza. 

Por Mariana Arêas

Um comentário:

  1. Como diz os mais simple: começa do começo (rsrs). Precisamos acordar para esta realidade, mas lá nas bases de formação existem 2 grandes problemas:
    1º) As escolas públicas do fundamental e ensino médio precisam sair do modelo enrolação e ensinar de verdade como as particulares, como o governo não tem interesse em povo esclarecido, deve ser terceirizada a educação, porém mantida e monitorada a qualidade e os resultados, aí sim viveremo em pé de igualdade;
    2º) A família é que educa e acompanha, a escola passa conhecimento, mas o drama é o deficit que o Brasil tem com os afro descendentes, é enorme! Então até se estruturar esta desigualdade o sistema público deve implantar para crianças de lares com mães solteiras ou pais nas mesmas condições, estudos integrais (o dia todo), com lazer é claro, como em alguns países como Chile que tem um nível educacional bem acima do nosso. E com transporte escolar pois muitos destes pais solteiros não pode ir buscar no fim do dia, então em poucos anos o País verá a diferença. Solução para este nosso querido País existe, mas tem homens de calibre para isto?! Mas antes de mudar o Pais vamos começar fazendo a nossa parte.

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