quarta-feira, 13 de maio de 2015

DIVERSIDADE É VIDA

POR UMA ESCOLA LIVRE
DE PRECONCEITOS

A nova campanha da CNTE para o dia 17 de maio – Dia Internacional de Combate à Homofobia – chama a atenção dos trabalhadores em educação para o respeito às pessoas LGBTs na escola. Para isso, convidou um representante de cada letra da sigla (lésbica, gay, bissexual e trans*) para participar do cartaz e falar sobre o tema da diversidade em sala de aula. “A diversidade é uma característica humana e é um tema importante de se abordar na escola”, avalia a professora universitária de Brasília Jaqueline Gomes de Jesus. Ela ressalta que é preciso reconhecer a própria diversidade, que todos somos diferentes uns dos outros, e evitar o erro de considerar que apenas o outro é o diferente. A professora da rede de ensino do Distrito Federal Melissa Navarro, que também é fundadora e ativista da organização Coturno de Vênus, acredita que professores precisam buscar informação: “É preciso conhecer o tema para poder ajudar e saber orientar um aluno que sofre bullying”. Para a comunicadora Amanda Vieira é importante que a escola saiba receber todos os tipos de famílias: “Minha filha vive com duas mães e tem um pai que vive com outra família. A escola deve trabalhar ativamente para impedir que crianças e jovens sejam discriminados por isso”. Otávio Calile, professor da rede de ensino do Distrito Federal, recomenda abordar papéis de gênero desde as séries iniciais da educação. E alerta: “Em casos de bullying homofóbico [lesbofóbico, bifóbico ou transfóbico], os professores precisam encaminhar para atendimento os autores da agressão e não a pessoa que sofre a discriminação”


NOME SOCIAL NA SALA DE AULA: AGORA É LEI EM TODO PAÍS!
Transexuais e travestis poderão exigir o uso do nome social em estabelecimentos e redes de ensino de todo o País. É o que diz a Resolução nº12 do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos LGBT, publicada no DOU em março/2015. As instituições devem registrar o nome social informado pela pessoa e todos devem ser chamados oralmente pelo nome escolhido. Estudantes menores de 18 anos podem utilizar o nome social sem ter de apresentar autorização de seus responsáveis – também podem usar banheiros, vestiários e áreas do tipo de acordo com a identidade de gênero de cada um. A Resolução nº11 estabeleceu parâmetros para a inclusão dos itens “orientação sexual”, “identidade de gênero” e “nome social” nos boletins de ocorrência emitidos pelas autoridades policiais. A medida colabora para investigar casos de violência que hoje são subnotificados.
O combate à discriminação e à violência contra as pessoas LGBTs é um passo imprescindível para a construção de um país mais tolerante e igualitário. Para isso é preciso que gestores, professores, funcionários e alunos se empenhem ativamente para fazer da escola um local onde todos se respeitem e se sintam seguros, independentemente da identidade ou orientação sexual de cada um.
De acordo com a pesquisa Juventude e Sexualidade (Unesco –2004), para a maioria dos docentes, nas cidades pesquisadas, o percentual de afirmação de que conhecem suficientemente sobre homossexualidade, em média, situa-se no patamar dos 30% a 52,9%. O percentual de professores que selecionam a alternativa que sugere que a homossexualidade é uma doença varia entre 22%, em Fortaleza, e 7%, em Florianópolis. Diante deste quadro, é preciso que os gestores escolares se eduquem sobre identidade e orientação sexual e assumam o compromisso de buscar a qualificação necessária para que todos - professores, secretários, funcionários e estudantes - saibam lidar com o tema no cotidiano escolar.
Além disso, é preciso estar atento em relação ao que acontece na prática: os trabalhadores em educação não podem silenciar ou se omitir diante das discrimina-
ções verbais sofridas por pessoas LGBTs. Muitas expressões de preconceitos (xingamentos com o intuito de humilhar, ofender, discriminar, isolar e ameaçar) são naturalizadas como “brincadeiras”: é preciso mudar essa percepção e combater ativamente essa linguagem pejorativa.
A CNTE entende que a escola tem um papel fundamental para desconstruir a discriminação. Para isso é preciso garantir a inclusão, incentivando o respeito à diversidade e buscando ações que possam prevenir as diversas formas de violência que recaem sobre a população LGBT. Uma escola inclusiva colabora para formar pessoas que respeitem a diversidade também fora do espaço escolar, promovendo uma cultura de paz.

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