segunda-feira, 10 de agosto de 2015

2ª Plenária Intercongressual da CNTE discute piso salarial e plano de carreira


Nesta sexta-feira (7/8) começou a 2ª Plenária Intercongressual da CNTE, no Hotel Nacional, em Brasília. Hoje e amanhã serão discutidos, com cerca de 500 representantes de sindicatos de educação de todo o País, o Piso Salarial Profissional Nacional e as Diretrizes Nacionais para os Planos de Carreira dos Profissionais da Educação Pública Escolar.

Durante a abertura, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, enfatizou a luta da Confederação nesses 25 anos de unificação e destacou a necessidade de conquista do piso salarial e plano de carreira unificados.

"A proposta para o debate atende um desejo de 25 anos atrás, apresentado durante congresso, no estado de Sergipe. Nosso trabalho é trazer qualidade e valorização para os educadores. Com muito empenho, conquistamos o piso nacional do magistério e agora vamos unificar o piso e o plano de carreira para todos os profissionais em educação. Que nessa plenária possamos construir um documento completo para entregarmos às autoridades".

A vice-presidente da Internacional da Educação na América Latina (IEAL), Fátima Silva, discorreu sobre o orgulho de lutar por um ensino de qualidade. "O nosso trabalho é melhorar cada dia mais a educação e fazer com que as metas do PNE sejam cumpridas. Hoje estamos desenhando os próximos anos desta confederação e resguardando o que construímos".

Marilene Betros, diretora executiva da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, destacou a importância da luta pela democracia. "Precisamos nos unir em defesa da Petrobras e do destino dos recursos da educação. Não podemos deixar o Plano Nacional de Educação ser uma letra morta. O PNE é uma conquista que institui a valorização dos educadores".

Para Antonio de Lisboa, secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Brasil vive um momento complexo em relação ao seu crescimento. "Ainda temos muito que melhorar na educação. Estamos passando por um processo delicado na situação do País, de profundo risco para a democracia. É nossa responsabilidade lutar pela manutenção dos direitos conquistados pelos trabalhadores".

Após a abertura, foi feita a leitura e aprovação do regimento da Plenária, sob a coordenação do presidente Roberto Leão, além de análise da conjuntura com o presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Felício.

“Não é possível resolver os problemas da educação com os professores lecionando na situação em que eles estão hoje. É desgastante participar de um processo educacional de uma escola sem infraestrutura adequada, que não consegue visualizar novos materiais para desenvolver um bom trabalho. A luta pelo piso profissional, não é simplesmente para que nossa categoria ganhe um salário melhor, mas para que tenhamos qualidade de ensino. Se não conseguirmos resolver os gravíssimos problemas da educação brasileira, o Brasil jamais será uma grande economia, jamais será um País em condições de competir internacionalmente, e jamais será um País democrático", destacou o presidente da CSI.

Durante apresentação dos documentos de base, o secretário de Assuntos Educacionais da CNTE, Heleno Araújo, associou a realização desta Plenária com a conquista do PNE. "O debate nos leva a discutir um piso referenciado na lei do magistério, que, pelos cálculos da Confederação, coloca esse piso para o ano de 2015, no valor de 2.650 reais. Vamos debater o desenvolvimento da carreira com percentuais que valorizem a categoria, que mantenham os profissionais dentro da educação e que motivem a juventude a procurar essa profissão".

No período da tarde serão formados grupos de trabalho para debater as emendas dos projetos e amanhã (8/8) a programação continua com a plenária deliberativa.

Fonte: Portal da CNTE 

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Começa nesta sexta (07) a plenária nacional dos trabalhadores em educação

Encontro é para debater plano de carreira e do piso salarial para os trabalhadores


Com a organização da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), está previsto que mais de 500 educadores do Brasil compareça  na 2º Plenária Nacional da categoria, que acontece entre os dias 7 e 8, em Brasília.

Roberto Franklin de Leão, presidente da CNTE, explica que a plenária foi convocada para fazer um debate a respeito do plano de carreira e do piso salarial para os profissionais de educação, de acordo com o que está estabelecido no PNE: “A CNTE organizou e vai concluir o debate com a formulação daquilo que será nossa proposta de piso e carreira para os profissionais de educação, uma proposta única para professores e funcionários de escola”. 

O evento visa a debater também minutas de projeto de lei, construídas com base no acúmulo histórico da CNTE e de seus sindicatos filiados, assim como na proposição parlamentar do deputado Carlos Abicalil (PL 1.592/03) e na contribuição da conselheira Maria Izabel Azevedo Noronha, relatora no Conselho Nacional de Educação das Resoluções CNE/CEB nº 2/2009 e 5/2010, que fixam as diretrizes nacionais de carreira para o magistério e os funcionários da educação, respectivamente.

Desde a primeira versão de anteprojeto de lei sobre piso nacional e diretrizes de carreira, elaborada pela CNTE, em 1992, a confederação luta para a regulamentação de padrões de qualidade nacional, para a valorização de todos os trabalhadores que atuam nas escolas públicas. Depois de conseguir aprovar a lei do piso nacional do magistério, após um longo período de políticas neoliberais que restringiu direitos dos trabalhadores, agora a CNTE luta pela regulamentação dos incisos V e VIII do art. 206 da Constituição Nacional, que se vinculam ao debate do Sistema Nacional de Educação e do Custo Aluno Qualidade, garantindo os mesmos direitos a todos os profissionais da educação básica.

O evento poderá ser acompanhado pelas redes sociais (Twitter e Facebook) e transmitido ao vivo no site da CNTE (www.cnte.org.br).

6 de agosto, Dia Nacional dos Profissionais de Educação
O dia 6 de agosto marca uma data de valorização e reconhecimento para os funcionários de escola. É a primeira comemoração desde que foi sancionada a lei 13.054/14, que institui o Dia Nacional dos Profissionais de Educação.

“É um resgate histórico necessário para reconhecer o valor de todos que formam a comunidade escolar, principalmente aqueles que ficavam à margem, sofrendo preconceito, apesar do seu importante papel dentro da escola”, destaca o secretário de funcionários da CNTE, Edmílson Lamparina.

A lei foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff no dia 22 de dezembro de 2014 e publicada no Diário Oficial da União no dia seguinte. Segundo o autor do projeto, deputado Vicentinho (PT-SP), a proposta é uma homenagem ao trabalho qualificado dos profissionais que lidam com a educação no espaço escolar e com a formação das novas gerações.


A data de comemoração escolhida se refere à sanção da Lei 12.014/09, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), reconhecendo os funcionários de escola como profissionais de educação. A mudança da Lei Nacional da Educação insere os funcionários de escola habilitados na categoria de profissionais da educação escolar básica, juntamente com os professores e pedagogos, e beneficiou cerca de um milhão de trabalhadores que atuam nas escolas de ensino básico: educadores que passaram a ser valorizados e reconhecidos como profissionais de educação em todos os municípios brasileiros.

Conselho Nacional de Entidades prepara debate da 2ª Plenária Intercongressual da CNTE


Nesta quinta-feira (6/8), o Conselho Nacional de entidades (CNE) da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação se reuniu no Hotel Nacional, em Brasília, para debater, entre outros assuntos, a valorização dos educadores, tema da segunda plenária intercongressual da entidade, que vai reunir mais de 500 trabalhadores em educação. O evento, que discute piso salarial para todos os educadores, terá transmissão ao vivo no site da CNTE.

Roberto Franklin de Leão, presidente da CNTE, explica que a plenária foi convocada para fazer um debate a respeito do plano de carreira e do piso salarial para os profissionais de educação, de acordo com o que está estabelecido no PNE: “A CNTE organizou e vai concluir o debate com a formulação daquilo que será nosso projeto de piso e carreira para os profissionais de educação, uma proposta única para professores e funcionários da educação”.

Marta Vanelli, secretária geral da CNTE, explica que será apresentado um valor articulado com os elementos de carreir a, após uma análise nacional: “Nós estamos trazendo todos os conceitos que consolidamos do piso do magistério para o piso dos profissionais da educação. O valor é resultado de um estudo e vem em cumprimento à meta 17 do PNE, de equiparação salarial com os demais servidores públicos. É um debate rico e polêmico, mas vamos aprovar as melhores diretrizes de carreira para apresentar e aprovar no Congresso e depois vamos lutar, em cada estado e município, para que elas sejam implementadas”.

O CNE fez, ainda, uma análise da conjuntura do País, considerada complexa: “Essa questão toda acontece num momento da conjuntura brasileira que está bastante tensa, para dizer o mínimo. O caminho da plenária é o da defesa intransigente da democracia, do respeito ao processo eleitoral que aconteceu, da defesa do patrimônio nacional, leia-se aí a Petrobras, que hoje é o centro de uma ação no sentido de desmoralizá-la, de torná-la uma empresa inviável, para que seja feito aquilo que os neoliberais querem: vender a nossa grande estatal. Achamos que todas as coisas erradas na Petrobras têm de ser apuradas e os culpados têm que sofrer a sanção prevista na lei, mas tem que, evidentemente, ser culpados”, aponta Leão.

Este 6 de agosto também é o primeiro dia nacional dos profissionais da educação. A data foi sancionada em dezembro do ano passado e se refere à sanção da lei 12.014, que definiu os funcionários de escola como profissionais da educação. Edmilson Lamparina, secretário de funcionários da CNTE, destaca que é preciso comemorar: “Essa é uma data muito importante porque é uma dívida histórica que a educação tem com esses profissionais que sempre estiveram à margem, dentro da escola, de discriminação e outras coisas mais, então o resgate dessa história, a valorização desse profissional no espaço escolar”.

Foi discutido o Calendário de Mobilização da categoria, que, além de acompanhar a agenda das centrais sindicais, vai organizar um grande ato neste segundo semestre, com a ocupação do Congresso Nacional. Leão lembra que o movimento não para, com greves e reivindicações em todo o País: “Hoje nós temos greve, por exemplo, no Acre, e passamos o primeiro semestre com grandes greves, como as de SP e PR. Tem também o caso de Alagoas, no qual, mais uma vez, a Justiça ameaça o sindicato com multa exigindo a volta dos trabalhadores. Mas nós vamos continuar defendendo a escola pública, a lei do piso e a nossa proposta de plano de carreira e de piso para todos os profissionais da educação”.

Aniversário da Lei Maria da Penha se comemora com ‘Paz em Casa’


Começou no dia 3/8 e vai até dia 7, quando a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) completa 9 anos, a II Semana da Justiça Pela Paz em Casa. Com o objetivo de estimular o combate à violência contra a mulher, a iniciativa - do Supremo Tribunal Federal (STF) em parceria com os Tribunais de Justiça (TJ) - quer agilizar julgamentos de casos de feminicídio, articulando magistrados das varas criminais, tribunais de júri e juizados especializados a promover o andamento e a conclusão dos processos.

A proposta é garantir a realização de audiências que envolvam crimes contra a mulher, palestras sobre o tema e a assinatura de protocolos de intenções nos estados, para fortalecer parcerias entre os operadores da Lei Maria da Penha e a sociedade.


Ísis Tavares Neves (AM)Secretária de Relações de Gênero
Para a secretária de relações de gênero da CNTE, Isis Tavares, é preciso levar a discussão para as escolas: “Os trabalhadores em educação devem aproveitar a data para explicar a importância da lei e inserir o tema nas aulas”.

Segundo ela, é papel do educador contribuir para mudar a situação de violência nas famílias: “O Brasil reconhece a violência doméstica como crime e nós, trabalhadores em educação, temos um espaço privilegiado para tratar sobre isso com aquela parte da população que sofre todas as consequências da violência doméstica. É um momento em que os trabalhadores precisam conversar com os alunos, fazer trabalhos, colocar isso nos temas transversais, chamar a atenção para que a convivência entre as pessoas seja algo pacífico, com respeito entre homens e mulheres, à diversidade. Nós podemos dar um basta na violência, trabalhando com a educação, para que aquelas crianças que não sofrem violência em casa possam ter um olhar diferenciado, e as que sofrem não venham a se tornar futuros agressores ou sofrer com as consequências. A CNTE faz esse apelo para que possamos tratar o aniversário da lei de forma mais contundente dentro da escola e contribuir para a melhoria das relações e para termos uma sociedade melhor”.

O programa será retomado em novembro, já que o dia 25 marca o combate à violência de gênero, data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). A CNTE já promove uma campanha permanente nas escolas públicas em apoio à campanha nacional de combate à violência, que visa a estimular as denúncias por meio da Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Nota da CUT contra a aprovação da PEC que legaliza o trabalho infantil

PEC 18/2011 reduz a idade mínima para trabalhar de 16 para 14 anos

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 18/2011), e seus apensos, que está em discussão no Congresso Nacional.

A PEC modifica o artigo 7º da Constituição federal, que reduz a idade mínima para trabalhar de 16 para 14 anos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios n(PNAD), o Brasil conta hoje com três milhões e 178 mil crianças e adolescentes explorados no mercado de trabalho.

A aprovação desta PEC, e das demais apensadas, significa um retrocesso social geral colocando o país na contramão da política que vem sendo aplicada, e que tem promovido, com sucesso, a redução destes números na última década.

A justificativa, de tirar as crianças da rua ou do crime, não se sustenta para apoiar o trabalho infantil.

As estatísticas demonstram que quanto mais cedo a criança começa a trabalhar, menor é a sua renda quando adulto. Trabalhar mais cedo, muitas vezes, é prejudicial às crianças porque elas abandonam os estudos, a formação e a profissionalização, perpetuando a pobreza na qual geralmente elas vivem.

Num momento de crise como o que vivemos hoje, esta redução significaria as crianças e adolescentes ocuparem as vagas de trabalhadores adultos. Serão mais explorados e vão contribuir para o aumento do desemprego e do subemprego, sem a menor possibilidade de se organizarem ou se defenderem, pois estarão regulados por lei.

Outro grande problema, a destacar, são os acidentes e doenças do trabalho.

De acordo com a OIT, no trabalho infantil acontecem, um a cada minuto, mutilações e traumas que incapacitam as crianças e adolescentes. São mais de 1400 acidentes por dia e um total de quase 523 mil por ano, número este maior do que o apurado para os trabalhadores/as adultos.

Para melhorar a qualificação da mão-de-obra no Brasil, é necessário investir na estruturação das escolas, em programas de aprendizagem e de formação técnica. Somente assim, é possível romper o ciclo intergeracional da pobreza, em que os filhos com baixa escolaridade e remuneração acabam permanecendo na mesma situação de seus pais.

A alteração proposta significa, não apenas a regressão de direitos, mas também, a redução da proteção social integral aos adolescentes.

O objeto da PEC 18/2011 é vedado pelo inciso IV, do parágrafo 4º, do Artigo 60 da Constituição Federal, que impede emendas constitucionais tendentes a abolir os direitos e garantias fundamentais, o que se configura em cláusula pétrea.

A Constituição Federal define a importância de uma inserção progressiva no mundo do trabalho, porque prevalece o entendimento de que crianças e adolescentes devem ter todas as condições para o seu pleno desenvolvimento.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os adolescentes, entre 14 e 16 anos, podem exercer atividades econômicas somente como jovens aprendizes, que prepara-os para assumir os postos de trabalho antes de completarem 17 anos.

Propostas de redução da idade mínima para o trabalho, como a que se apresenta na PEC 18/2011 (e em outras propostas a ela apensadas: PEC 35/2011, PEC 274/2013 e PEC 77/2015) desconsideram o sentido fundamental do conceito de Proteção Social, reforçam a pior expressão da exploração do trabalho pelo capital.

No contexto global, cabe destacar que o Brasil é signatário da Convenção dos Direitos da Criança da ONU - Organização das Nações Unidas, que expressa o entendimento da comunidade internacional, de que o trabalho não deve ser uma atividade permitida antes de uma idade mínima adequada, que no brasil é de 17 anos.

O Brasil é também, signatário das convenções da Organização Internacional do Trabalho- OIT 138, sobre a Idade Mínima para Admissão ao Emprego e 182, sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e a Ação Imediata para sua Eliminação.

Por todo o exposto é que a Central Única dos Trabalhadores- CUT- reafirma sua contrariedade na aprovação da PEC18/2011 e seus apensos, e entende que o foco não pode ser a reafirmação da segregação de classes e a perpetuação da pobreza, que condena nossa sociedade em seu futuro.

O foco precisa ser a defesa intransigente dos mais desvalidos e dos direitos humanos e a proteção de nossas crianças e adolescentes, como prevê a Constituição: com prioridade absoluta. 





Quando a direita dá golpe, quem paga é o trabalhador


Presidente da CUT aponta que mais uma vez oposição sangra governo para se apropriar das conquistas e retomar agenda conservadora
A intolerância nunca traz benefícios ao povo, aponta o presidente da CUT


O filme começa com a agressão a três ex-ministros que ocuparam ou ocupam pastas nos governos dos ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff. Todas em São Paulo. Uma delas, num hospital frequentado pela classe média-alta paulistana. A cena seguinte mostra uma bomba arremessada em direção à sede do Instituto Lula. Até agora o autor não foi identificado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo. Dá medo de pensar como termina essa película, com doses de terror e de drama.

Não dá para negar que a Dilma eleita está muito distante da Dilma que militantes e dirigentes da CUT e dos movimentos sociais defenderam durante a campanha eleitoral.

Falava-se em manutenção de direitos. As medidas provisórias 664 e 665 fizeram o contrário. Cobrava-se mais recursos para habitação e para a reforma agrária. O que o Brasil viu foi um contingenciamento de políticas públicas como parte de um ajuste fiscal nos moldes dos defendidos pelo candidato derrotado. Aécio Neves (PSDB-MG), que passou a liderar uma oposição ao Brasil. Aliado ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), essa oposição coloca em risco uma democracia duramente conquistada.

A defesa da democracia e da retomada do projeto de governo com justiça, inclusão social, distribuição de renda e geração de trabalho decente é o que o une os movimentos sindical e sociais a ir às ruas, conforme apointa o presidente da CUT, Vagner Freitas. 

Em entrevista, ele destaca que é preciso enfrentar o clima de golpe alimentado por veículos de comunicação que perderam a vergonha de mentir e não são cobrados por isso, ainda que semanalmente as histórias que publicam sejam desmascaradas. Veículos que servem para inflamar maus perdedores interessados em levar as eleições para o tapetão. Numa espécie de eterno 3º turno.  

Vagner lembra, ainda, que nenhum golpe trouxe benefícios aos trabalhadores. Ao contrário, financiados por setores empresariais, ajudaram a impedir avanços ou desconstruir conquistas, como esses mesmos patrões buscam fazer no Congresso Nacional agora, em especial, na Câmara dos Deputados, sob regência do garçom dos patrões, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Por isso lideranças da CUT e dos movimentos sociais farão uma vigília diante do Instituto Lula nos dias 7 e 16 de agosto. Além disso, uma grande mobilização em todo o país está marcada para o dia 20.

Confira abaixo entrevista.

Qual o significado dos três atos que a CUT e os movimentos promoverão em agosto?

Freitas – Nós estamos muito preocupados com a atual situação de intolerância e ousadia dessa direita brasileira, que desrespeita os valores básicos da convivência democrática, do direito do outro, não aceitando o resultado da eleição e impondo ao Brasil uma crise permanente criada por perdedores para desestabilizar o governo federal. Isso tem prejudicado demais o país, paralisado a economia. Quem paga o pato são os trabalhadores, com demissões e a queda nas condições de vida devido à paralisação que o país vive por conta de um terceiro turno criado por uma mídia golpista e uma direita conservadora. Claramente orquestrada por setores da sociedade que querem construir um golpe, causando impeachment da presidenta.

É possível, natural e salutar que o governo tenha apoiadores e questionadores, quem concorda ou não, como é na democracia, e que todos possam manifestar sua opinião, inclusive nas ruas. Agora, golpismo, não! Mentiras construídas pela Veja, pelo O Globo, pela TV Globo, que depois não se sustentam e também não são cobradas como histórias mentirosas que caem por si só também não. Precisamos dar um basta nisso.

Vamos punir os CNPJs e não os milhares de trabalhadores que foram demitidos por conta da devassa que a operação Lava-Jato faz na cadeira produtiva brasileira. Os setores produtivos sérios desse país, empresários e trabalhadores, devem promover uma unidade entre produção emprego para que façamos todas as apurações, punamos os culpados, mas sem parar com a economia, acabar com os empregos e com a capacidade de crescimento das empresas brasileiras.
“Todos os golpes que tivemos, como contra o Jango e contra o ocorreram num momento em que a classe trabalhadora vinha num processo de ascensão e a sociedade tinha uma igualdade muito maior de direitos e conquistas.”
 (Foto: Roberto Parizotti)

Esse cenário que você narra tem relação com ações como ao ataque a ex-ministros e com a bomba jogada no Instituto Lula?
Freitas – O atentado contra o instituto de um ex-presidente da República, que como qualquer ex-presidente, continua sendo autoridade nacional, representa o fim da linha da intolerância que está sendo construída por quem perdeu as eleições e promove uma caça ao PT e aos movimentos sociais. Uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais e do partido, um desserviço que se presta ao Brasil e ao mundo por meio de uma mídia conservadora que transforma o ato de fazer política em algo ruim.

É mentira que a direita brasileira esteja preocupada em acabar com a corrupção no Brasil. O que se quer é satanizar o PT, o Lula, os movimentos sociais para que os conservadores de direita coloquem suas políticas em prática sem reação. E esse cenário propicia que um deputado diga que as mulheres podem ser estupradas (em referência ao deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que os negros sejam demonizados (em referência ao também deputado Marco Feliciano (PSC-SP), para quem paira uma maldição divina sobre os africanos), que os gays sejam assassinados. É um ambiente de que tudo pode do retrocesso, esse ambiente que você colocar criança na cadeia, ao invés de colocar na escola. Isso não é democracia ou liberdade de imprensa, isso é baderna. Por isso os atos do dia 7, do dia 16 e do dia 20. É para deixar claro para a direita que vamos fazer o enfrentamento com ela nas ruas.

Não podemos aceitar mais que a Lava-Jato e a operação intempestiva do Moro fiquem obrigando os delatores a citarem o Lula de qualquer forma, ainda que não aja indício. Parece que todos chamados a depor têm como preço da liberdade falar do Lula.

Por que mesmo aqueles sem afinidade ou ligação com PT ou PSDB não devem embarcar numa onda golpista?
Vagner Freitas – Porque todas as vezes que tivemos golpe em qualquer lugar do mundo, o atentado à democracia é tão grande que o retrocesso na política demora décadas para ser revertido. Nunca as ações intolerantes são para melhorar a vida do povo. Todos os golpes que tivemos, como contra o Jango (João Goulart, presidente que propôs reformas de base como a agrária e foi deposto pelo golpe de 1964) e contra o Getúlio (Getúlio Vargas, criador da CLT e de avanços como o limite de horas da jornada de trabalho semanal e as férias anuais, cometeu suicídio quando enfrentava resistência do Congresso, da imprensa e das Forças Armadas) ocorreram num momento em que a classe trabalhadora vinha num processo de ascensão e a sociedade tinha uma igualdade muito maior de direitos e conquistas. É nesse momento que a direita vem e dá o golpe para abocanhar todos os resultados da economia, como está acontecendo agora.

Eles querem entregar a Petrobras a uma petrolífera estrangeira para encher o bolso de dinheiro. Não tenho dúvida nenhuma que isso tem uma orquestração internacional. O Brasil do pré-sal, da Petrobras, se torna autossuficiente em petróleo e gás, e mais do que isso, entra diretamente na disputa pelo mercado mais cobiçado do mundo. É por isso a sanha contra a Petrobras, é para enfraquecê-la, para que possa ser vendida, os lobistas ganhem com isso e os entreguistas façam seu papel para ajudar o imperialismo. Olha o atentado ao povo brasileiro, já foi decidido que os recursos do pré-sal serão investidos em saúde e educação, política pública para quem precisa. A grande motivação que se tem é pela inviabilização da Petrobras, são os mesmos que queriam mudar o nome para Petrobrax, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), para vendê-la.

Qual o interesse que o Serra (senador José Serra PSDB-SP) tem ao apresentar o projeto para permitir a venda? O Serra é um lobista e por trás dele há interesses internacionais, querem acabar com sistema de partilha, que o presidente Lula construiu contra a proposta de entrega da nossa riqueza defendida pelo FHC.  E que fique claro, a autonomia dos gestores da Petrobras quem construiu foi o Fernando Henrique, quando era presidente. A Petrobras tem uma realidade diferente de todas as outras empresas públicas. No Banco do Brasil e na Caixa os diretores tem autonomia controlada, não chegariam ao estágio que dizem estar chegando de corrupção. Foi o FHC quem tirou a empresa de uma legislação geral e os problemas vem desde lá, mas a mídia encobre.

Sei que há problema na Petrobras, tem que resolver, sanear, a luta contra a corrupção é da CUT, mas não podem se utilizar disso para inviabilizar a empresa.  

Qual a responsabilidade que o maior partido da oposição, o PSDB, com um ex-presidente da República em seu quadro, tem em relação ao atual cenário de desemprego, caos social e uma espécie de guerra civil que avistamos como você cita?

Freitas – Nunca achei que o PSDB tivesse qualquer compromisso com o Brasil. É um partido de yuppie sem causa, que não representa nem os princípios liberais e nem abarca os interesses da burguesia brasileira. Não tem projeto. É a cara do Aécio, um yuppie tresloucado. O PSDB tem direito de fazer oposição ao PT, como o PT fez ao PSDB, acho normal ter partido de oposição. Mas se trata de uma oposição sem projeto. Até os que odeiam o PT cobram os tucanos por não terem uma proposta alternativa e não ter compromisso com o Brasil. Eles não são da produção e nem do trabalho. É um partido desses de revoltadinhos sem causa e sem motivo. Não há um projeto que a direita apresente ao Brasil. Eu quero conhecer! Quem sabe não tem coisa boa...Apresente um projeto, diga como quer a economia, o modelo de desenvolvimento, como vai gerar emprego. Só fala que quer tirar o PT porque é corrupto.

O principal líder deles é um acadêmico que entrou na vida pública, em determinada parte de sua trajetória até teve uma boa relação com os movimentos sindical e sociais, teve uma participação importante na greve de 1979 como um interlocutor da defesa da democracia, mas o presidente Fernando Henrique Cardoso, com todo o respeito que tenho, se perdeu. Esqueceu sua trajetória, disse mesmo para esquecerem o que escreveu. E acho que seu ódio, sua sanha para derrotar o PT é porque sempre teve muita inveja das conquistas que o PT trouxe ao Brasil e aos brasileiros. E quando o Fernando Henrique tinha alguma parcela de esquerda talvez um dia quisesse fazer. Coisa que o Aécio não quer, esse é um irresponsável, estou falando de gente séria. Fernando Henrique tem uma trajetória e o grande problema é uma dor de cotovelo com o Lula, isso é uma tragédia. Ele não consegue engolir que tenhamos um sujeito letrado como ex-presidente e quem passa para a história do Brasil é um metalúrgico de Garanhuns, com quarto ano primário e que tem muito mais reconhecimento internacional.

O Fernando Henrique diz que o Lula sabia de possíveis irregularidades que aconteceram tanto no Mensalão, quanto no Petrolão, então, quer dizer que ele também sabia da compra de votos que aconteceu para a reeleição dele? De todas as denúncias de corrupção em empresas públicas, escândalos atrás de escândalos que aconteceram durante a gestão dele? Ou a teoria do Domínio do Fato serve para o Lula e não para o Fernando Henrique? 


O Jornal de Rádio da CUT fez uma edição especial com Vagner Freitas sobre as mobilizações de agosto. 





















HOMENAGEM DA APLB SINDICATO AOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO


Hoje existe em nosso país um milhão de funcionários de escolas. Que apesar dos avanços continuam ainda sendo   alvo da discriminação. Daí que a APLB-Sindicato, ao longo desses anos, luta pela valorização desse segmento que é tão importante para o funcionamento do estabelecimento de ensino. Importante lembrar que os funcionários cuidam da administração e da infraestrutura e fazem a escola funcionar.

Muitos funcionários deram anos de suas vidas trabalhando em milhares de escolas em  todo o país. Hoje muitos padecem de diversas doenças e se aposentam com um mísero salário que mal dá para comprar alimentação e remédios, para curar as suas dores, adquiridas ao longo dos anos.

A APLB-Sindicato, neste dia 7 de agosto, homenageia estas guerreiras e guerreiros, que apesar de sofrerem discriminações no interior das escolas continuam firmes em sua luta para conquistar melhores dias.

O Profuncionário foi uma das melhores conquistas dos funcionários da educação escolar  já que levantou a autoestima de todo o segmento de funcionários (porteiro, merendeira, secretário escolar) que ao terminar os cursos passam ser profissionais em educação segundo a LDB, em seu artigo 61, baseado na Lei 12014/09.

Diretoria da APLB-Sindicato

Por APLB Sindicato