quinta-feira, 21 de setembro de 2017

JÚRI POPULAR, JÁ!!! APLB-Sindicato exige júri popular para assassinos dos professores Álvaro Henrique e Elysnei Pereira


 JÚRI POPULAR, JÁ!!!



Promovido e organizado pela APLB-Sindicato dos professores de Porto Seguro, o VIII Coneps (Congresso de Educação de Porto Seguro) cobra das autoridades a condenação dos assassinos dos professores e sindicalistas Álvaro Henrique e Elisney Pereira, ocorrido no município em 17 de setembro de 2009. A APLB-Sindicato exige júri popular para julgar os assassinos.
Os dois professores foram vítimas de uma emboscada na zona rural de Porto Seguro, durante uma greve da categoria. O professor Álvaro tinha 28 anos e era presidente da APLB-Sindicato. Elisney tinha 31 anos e era membro da Comissão de Educação do município.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o crime foi político e de mando, ocorreu devido às denúncias realizadas por Álvaro sobre desvios do dinheiro da educação.


Negou recurso

Em 2013, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) negou recurso dos suspeitos. O ex-secretário de Governo e Comunicação do município Porto Seguro, Edésio Ferreira Lima Dantas, é um dos dois acusados de participação no crime e aguarda julgamento, por homicídio qualificado, em liberdade. Ele chegou a ficar preso por oito meses. Seguranças também são suspeitos de participação no crime.
De acordo com informações do TJ-BA, no voto do relator, o desembargador Jefferson Alves de Assis, a sentença de pronúncia é condizente com a denúncia e as provas de autos. “A decisão do juiz de primeiro grau fica mantida, até que após o tribunal do júri, a sentença e a pena sejam anunciadas pelo juiz”, informou.
Em janeiro de 2012, o mesmo secretário passou a ser alvo de uma investigação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) por desvio de verbas. O MP-BA descobriu que ele movimentou mais de R$ 2 milhões entre fevereiro e maio de 2010, três meses depois de ser libertado da prisão.
Os dados são no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão de inteligência do Ministério da Fazenda. No período em que Edésio trabalhou como secretário de Porto Seguro, ele recebia um salário de R$ 6 mil por mês.
O suspeito ficou no cargo por 14 meses e o máximo que poderia ter em conta, sem gastar nada, são R$ 95 mil descontando as férias e o 13º salário. O relatório do Conselho foi anexado ao processo e cita Edésio como mandante da morte dos dois professores em 2009.
APLB confia

A APLB-Sindicato continua com a certeza que a justiça será feita e os assassinos dos professores Álvaro Henrique e Elisney Pereira serão punidos dentro dos rigores da lei. A APLB-Sindicato permanece indignada com a demora em se fazer a justiça, mas acredita nos instituições democráticas da República. A APLB-Sindicato aguarda a pauta do TJ com a marcação de nova data para o julgamento. Em Salvador, a APLB-Sindicato já realizou vários protestos em frente ao TJ-BA.

ATENÇÃO: O JURÍDICO DA APLB INFORMA.

O JURÍDICO DA APLB SINDICATO INFORMA.


O Departamento Jurídico do APLB-Sindicato cumpre uma função primordial na defesa dos direitos difusos e coletivos dos/as trabalhadores/as em educação, atendendo-os nas questões trabalhistas que garantem as conquistas da categoria.
A conjuntura atual aponta um cenário incerto frente a crise do setor econômico nacional. É importante que o conjunto dos dirigentes tenha uma visão da conjuntura política que envolve nossa nação, e, que influencia diretamente nos rumos da nossa luta. Hoje o movimento sindical tem que defender a manutenção de direitos conquistados com muito suor. Mais do que nunca, o momento histórico atual exige da classe trabalhadora um firme posicionamento em defesa da democracia brasileira, sem abrir mão dos seus direitos. 

Assim, nosso Departamento Jurídico, cujo objetivo é defender em juízo ou fora dele os interesses coletivos e individuais da categoria, apresenta  análise e encaminhamentos para questões aqui elencadas:

CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PISO SALARIAL DO MAGISTÉRIO

Inovara-se no cenário nacional a implementação para o Piso Salarial dos Educadores em âmbito geral, decorrente da Lei 11.738/2008, que nenhum dos educadores poderá perceber o valor do vencimento nominal, abaixo do piso nacional hoje R$ 2.298,00 (dois mil duzentos e noventa e oito reais), correspondente a 40h semanais.

Ocorre que alguns municípios e até o Estado da Bahia não têm concedido o aumento, de acordo com o previsto na lei que criou o piso, gerando insatisfação para os educadores que se encontram nesta situação.

Sabe-se que tais informações têm sido ventiladas nas mídias sociais, concernentes aos ajustes quanto ao cumprimento do piso nacional, sendo aplicado o índice de atualização em janeiro de cada ano, podendo chegar à diferença de até 48,27% referente aos últimos cinco anos, entretanto, deverão ser feitas algumas ponderações, a saber: 

Importa salientar que a referida diferença só poderá ser atingida quanto aos 5(cinco) últimos anos, em razão do lapso prescricional.
Quanto à situação dos municípios do interior, tem que ser apurada pelas Delegacias e Núcleos Regionais, mediante informações presentes nos contracheques para verificar o quantitativo de entes que estão pagando abaixo do piso nacional do magistério, e a partir daí poder adotar as medidas judiciais.


DIREITO Á GRATIFICAÇÃO DE FÉRIAS  POR PROFESSORES


A gratificação ao direito de férias refere-se ao pagamento da gratificação de 1/3 sobre as férias, que a jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça, reconhece esse direito para os professores nas condições abaixo, que pode assim ser resumida: 
  1. Se a legislação estadual ou municipal prever concessão de férias por período de 45 dias, será devida a gratificação considerando este período, se a previsão for de férias de 30 dias e recesso nos demais períodos sem aula, não é devida a gratificação.

Assim, o direito a percepção à gratificação de férias por período de 45 dias, somente será possível se houver previsão nos Estatutos do Magistério de cada Ente Público (Estado ou Município) de que as férias dos professores serão de 45 dias, pelo qual será pertinente cada Núcleo e ou Delegacia averiguar em seus Municípios como é a previsão legal das férias dos professores, como também, é necessário que antes de ajuizar qualquer ação contra os Municípios, deve ser aferido pela análise dos contracheques se o adicional está sendo pago de acordo com a previsão legal. Sem mais para o momento, colocamo-nos à disposição para o que se fizer necessário.

Observação: Dúvidas, compareça à Sede da APLB Eunápolis.



quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Sindicatos, parlamentares e lideranças de todo país lançam ampla mobilização contra pacote de privatizações

“Eu não vendo o meu país” é o nome da campanha nacional lançada nesta quarta-feira (13) durante o seminário sobre privatizações no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).


“Eu não vendo o meu país” é o nome da campanha nacional lançada nesta quarta-feira (13) durante o seminário sobre privatizações no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) marcou presença neste debate que reuniu sindicatos, parlamentares do campo progressista, economistas e lideranças de todo o país para organizar estratégias de luta contra a onda de privatizações anunciada pelo governo federal, que reúne 57 projetos de venda de empresas e parcerias público-privadas.

O Seminário que debateu essas privatizações foi organizado pela Comissão de Legislação Participativa, com lideranças do PT, Psol, PCdoB e PDT, e mediado pelo deputado Glauber Braga (Psol/RJ). “Podem existir muitas divergências políticas aqui nesse auditório, mas aqui estamos unidos num só objetivo, que é lutar contra as privatizações”, destacou o deputado José Guimarães (PT/CE). Para ele, essa união é necessária para “lutar contra esse governo que não tem legitimidade para governar nem para privatizar o patrimônio público brasileiro”.

Essa avaliação é reforçada pelo deputado Carlos Zarattini (PT/SP): “Aqui a gente precisa fazer a luta do povo brasileiro. Não é só uma causa das categorias diretamente afetadas, o que está em jogo é o destino o Brasil, a soberania nacional”, advertiu.

Soberania popular
"Querem vender um barril de petróleo pelo preço de uma garrafa de refrigerante!", denunciou a deputada Erika Kokay (PT/DF). Natália Lopes, diretora do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro), explica que há um processo em curso para transformar o país mais dependente da exploração e da exportação de produtos primários, o que leva à desindustrialização nacional, à crescente precarização das condições de trabalho e à concentração de riqueza ainda mais profunda.

"Os golpistas estão acabando com nossa soberania, e querem vender terras para estrangeiros sem nenhum limite", alertou a Senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM). Ela explica que empresários de outros países estão interessados em explorar o potencial de biodiversidade da Amazônia e o Brasil precisa ter critérios rigorosos com relação a esse acesso. No entanto, o Congresso e o governo federal trabalham no sentido de desconstruir leis de proteção ambiental com o objetivo de facilitar a exploração predatória desses recursos.

A coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fatorelli, conclama: "É preciso partir pra ofensiva! As privatizações fazem parte de um modelo econômico concentrador!". Ela também criticou as privatizações disfarçadas, como as que estão acontecendo na área da educação com a contratação de Organizações Sociais (OSs) para a educação pública, dentre outros artifícios.

Casa da Moeda
"Privatizar a Casa da Moeda é o cúmulo da subserviência! É crime contra o futuro do país", frisou o Deputado Alessandro Molon (Rede/RJ). A simbólica privatização dessa instituição foi alvo de críticas contundentes. Maria Lucia Fatorelli propôs: “Vamos entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) urgente! A lei que permite a emissão de real no exterior é inconstitucional”, ressaltou.

=> Acesse o Manifesto "O Brasil não está à venda", assinado pela CNTE e participantes do Seminário

Mobilização
Lideranças de movimentos populares nacionais e até da Conferência Nacional de Bispos do Brasil manifestaram amplo apoio na luta contras as privatizações. A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, assumiu o compromisso: "Minha geração vai lutar pela soberania desse país!".

O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Alexandre Conceição, declarou: "Quero dar um recado aos estrangeiros [que quiserem comprar terras e estatais]: vocês vão fazer um mau negócio! Porque com nossos facões nós vamos resistir!". Maria Almeida Zezé, coordenadaora nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), reforçou: “Não podemos recuar. Nós do MTST estamos lutando junto contra a privatização. É melhor morrer lutando do que se acovardando", avaliou.

A deputada Luiz Erundina (Psol/SP) explicou que o cenário no Congresso Nacional é desolador: a grande maioria dos políticos não está representando o povo brasileiro. "Eles estão acabando com a nação brasileira, não é só com os nossos direitos”, desabafou. “Sou muito grata a presença de vocês aqui nesse auditório. Esse governo tem que cair. Se mobilizem, ocupem esse congresso!”, conclamou.

Calendário de lutas
A CNTE se soma à luta contra as privatizações e se coloca à disposição para debater esse tema em seus manifestos e aulas públicas. O presidente da CNTE, Heleno Araújo, relata: “As nossas entidades vão pautar esse assunto das privatizações em todo país: no dia 17 de setembro teremos um ato cultural em defesa das universidades públicas e institutos de pesquisa, para um Brasil soberano e inclusivo, em Belém (PA); no dia 3 de outubro teremos atos em defesa da Petrobrás, no Rio de Janeiro (RJ); e no dia 11 de novembro faremos um ato em Brasília (DF) pela anulação da antirreforma trabalhista”.




CNTE- Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação participa de ciclo de debates sobre o Fundeb.


“Com a PEC, temos condição de dar um passo fundamental para consolidar o Fundeb como política de Estado, sem ficarmos reféns das oscilações no campo da economia”, explicou Fátima.


Nessa terça-feira (12/9), em audiência da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) com Fernando Haddad, aconteceu o primeiro de um ciclo de debates sobre o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, junto com senadores e especialistas, expressou receio de que a educação pública no Brasil perca recursos e qualidade.

“O Fundeb, com a sua característica de investimento em toda educação básica, foi fundamental para o desenvolvimento regional, principalmente do nordeste e parte do norte do nosso país. Temos que ter muitas mobilizações e trabalhar este debate, pois não podemos deixar o Fundeb retroceder. Se o Fundeb acabar, o piso do magistério acaba também”

Haddad foi convidado para discutir a Proposta de Emenda à Constituição 24/2017, da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), que torna o Fundeb permanente na Constituição, tirando-o das disposições transitórias. A PEC se encontra na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

“Com a PEC, temos condição de dar um passo fundamental para consolidar o Fundeb como política de Estado, sem ficarmos reféns das oscilações no campo da economia”, explicou Fátima.

Para Haddad, o fundo tem forte relação com o foco da CDR na redução das desigualdades. “O Fundeb é sem sombra de dúvida um dos instrumentos mais importantes para o equilíbrio regional. Antes o investimento por aluno no Sudeste chegava a ser o dobro daquele num estado do Nordeste. Hoje é apenas 10%, 15% maior. Como o Fundeb vence em 2020, temos pelo menos dois anos para fazer uma boa discussão sobre como aprimorá-lo”.

Lídice da Mata lembrou que já tramita proposta similar na Câmara dos Deputados (PEC 15/2015). Para ela, porém, não se deve esperar a tramitação na Câmara para iniciar o debate no Senado. A senadora qualificou a constitucionalização do Fundeb como uma “resistência” aos cortes de investimento na educação, que, como afirmou, fazem parte de um projeto de privatização da universidade pública. Segundo a parlamentar, é preciso lutar, “de maneira animal até, se necessário”, para garantir recursos:

“Não creio que esses cortes de investimento sejam por ingenuidade. Vêm acompanhados de uma ideia clara, antes discutida com maior timidez, que é fazer avançar a ideia da privatização das universidades públicas no Brasil. Isso está muito claro agora na crise fiscal do Rio de Janeiro – disse, referindo-se à proposta de fechamento da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)”.

Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou números do Orçamento de 2018, que, no seu entender, fazem parte de uma “destruição violenta” da educação pública.

“Eu, que não me escandalizo mais com nada neste governo, fiquei escandalizado. A educação superior, que em 2015 recebeu R$ 13 bilhões, ano que vem terá R$ 5,9 bilhões. Nós vamos estrangular as universidades”, alertou.
Haddad manifestou preocupação com os números apresentados por Lindbergh. “Essa agenda do governo vai nos fazer voltar para a República Velha. O governo Fernando Henrique vai parecer um sonho de verão, perto do que este está gestando”.

Na audiência, Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou o atual governo por não consultar a sociedade na elaboração de políticas educacionais. José Pimentel (PT-CE) acusou o que ele chamou de “governo golpista” de tentar retirar as conquistas sociais dos governos de Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Representantes de várias entidades e movimentos, como a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação traçaram um histórico dos benefícios trazidos pelo fundo para a valorização do magistério. Sylvia Gouveia, atual coordenadora de operacionalização do Fundeb, comprometeu-se a colaborar com o aperfeiçoamento da PEC de Lídice.

A presidente da comissão, senadora Fátima Bezerra (PT-RN), anunciou o próximo debate para o dia 28 de setembro, em Salvador.

(Com informações da Agência Senado)

Pesquisa demonstra dados sobre a saúde dos Trabalhadores em Educação


"O LOCAL DE TRABALHO ADOECE O TRABALHADOR/A."




Estresse, ansiedade, problemas de voz, fadiga e depressão estão entre os principais distúrbios que acometem os professores. A constatação faz parte da pesquisa realizada com os 762 delegados da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação/CNTE, durante o 33º Congresso Nacional da instituição, em janeiro de 2017. A educadora Juçara Vieira apresentou este e outros resultados, terça-feira (12), dentro da programação do Coletivo de Saúde, no Hotel Nacional, em Brasília/DF.

Os questionários aplicados levaram em consideração aspectos pessoais e profissionais, condições físicas das escolas e a incidência na saúde dos educadores, e a relação deles com os meios de comunicação e a cultura. Dentre os aspectos positivos, a pesquisadora menciona maior investimento das escolas em acessibilidade e aumento do número de respondentes que se declararam negros.

Acerca da influência do ambiente de trabalho na saúde, foram indicados o assédio moral, a dificuldade de aprendizagem do aluno como fator estressante para a atividade laboral, ao lado da jornada excessiva, do número de estudantes em sala de aula e da falta de material pedagógico. “O adoecimento relacionado a aspectos emocionais ganham lugar quando comparados aos físicos”, esclarece Vieira.

Na apresentação da pesquisa, estiveram presentes, também, integrantes do Coletivo de Aposentados e Assuntos Previdenciários. “Vamos sugerir a publicação dos dados em um livro e outras formas de divulgação para os educadores”, explica Francisca Seixas, secretária de Saúde dos(as) Trabalhadores(as) em Educação, na CNTE.

Fizeram parte da programação do Coletivo de Saúde, ainda, a palestra de Wanderlei Gomes, coordenador da Comissão de Orçamento e Financiamento do Conselho Nacional de Saúde, sobre Democracia, Financiamento e Modelo de Atenção à Saúde, além da explanação de Alberto Ribeiro, diretor da Secretaria de Assuntos do Trabalhador do SinproDF, a respeito das condições de trabalho e a saúde dos profissionais de educação.





segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A APLB SINDICATO EUNÁPOLIS participa de Seminário dos Precatórios do Fundef realizado no dia 2 de setembro. Mais de 400 participantes de 157 municípios baianos e a delegação cearense


Após reivindicação da APLB Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia - Regional Sul, no Conselho Regional  realizado no último mês de julho na cidade de Itamaraju,  para que a APLB Executiva promovesse um encontro para que fosse debatido os Precatórios do FUNDEF, foi realizado o SEMINÁRIO DOS PRECATÓRIOS DOS FUNDEF em Salvador-BA.

A APLB-Sindicato realizou no sábado, 2 de setembro, no Hotel Sol Victória Marina, em Salvador, o Seminário dos Precatórios do Fundef. Os precatórios são decorrentes de uma ação judicial de municípios e Estados contra a União. Durante a vigência do Fundef, o Governo Federal deixou de repassar parte dos recursos aos municípios referentes ao valor-aluno. Para compensar essas perdas, as prefeituras entraram na Justiça reclamando o pagamento da verba devida. Após uma longa batalha nos tribunais, o Governo Federal está sendo obrigado a quitar essa dívida. A ação já foi transitada e julgada. Como o Fundef foi criado para valorização do Magistério, somente os professores têm direito ao precatório.
Para discutir os desdobramentos do evento em Salvador, haverá no próximo dia 21 de setembro, em Fortaleza, o Encontro Norte-Nordeste dos Precatórios do Fundef, com a presença do presidente da CNTE, Heleno Manoel Gomes Araújo Filho.

O seminário teve representantes de 157 municípios baianos e da delegação do Ceará, representada pela APEOC (Sindicato de Lutas e Conquistas dos trabalhadores em educação). Ao todo, 400 participantes (incluindo 70 advogados baianos e cearenses) participaram ativamente dos debates durante todo o dia.

Ao final, definiu-se a formação de uma Comissão Estadual de Acompanhamento dos Precatórios na Bahia, que será formada pelo coordenador-geral da APLB-Sindicato, professor Rui Oliveira; pela vice-coordenadora, professora Marilene Betros; pelo diretor de Organização, Noildo Gomes Nascimento; mais 18 representantes das diretorias regionais e um advogado por cada regional. O papel dessa comissão será o de pegar todas as ações existentes na Bahia (estadual e municipais) e sistematizá-las em uma ação coletiva – incluindo os municípios que ainda não deram entrada na Justiça.

Para saber se o município onde você trabalha têm direito ao pagamento, vá à Prefeitura e solicite informação.

Frente Parlamentar

Paralelo à formação da Comissão Estadual, será criada a Frente Parlamentar em Defesa dos Precatórios, na Câmara de Deputados, em Brasília, podendo ocorrer o mesmo na Assembleia Legislativa.

Também ficou definido que haverá um dia de Luta Estadual e federal pelo pagamento dos precatórios do Fundef aos trabalhadores em educação. Este dia incluirá as reuniões nas diretorias regionais e o acompanhamento jurídico no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

Entenda os Precatórios

De acordo com a Lei do Fundef (Lei 9424/1996): “Art. 7º Os recursos do Fundef, incluída a complementação da União, quando for o caso, serão utilizados pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, assegurados, pelo menos, 60% para a remuneração dos profissionais do Magistério, em efetivo exercício de suas atividades no ensino fundamental público.” Ou seja, de todos os recursos do Fundef, no mínimo 60% devem ser destinados ao pagamento da remuneração dos profissionais do Magistério.

Anizio Melo, presidente do Sindicato APEOC – e que fez parte da mesa dos trabalhos do seminário – afirmou que há vários entendimentos a respeito do enquadramento de quem teria direito à verba, se apenas os professores que estavam em efetivo exercício durante o período referente à ação judicial ou todos os docentes da rede pública. O entendimento do Sindicato APEOC é que a própria categoria decida esses critérios, por meio da composição de comissões de estudos e, em seguida, através da votação das propostas em Assembleia Geral em cada município.
Aposentados

Ele frisa que os professores que estavam em efetivo exercício do Magistério durante o período referente à ação judicial do Fundef e atualmente se encontram aposentados também têm direito ao recebimento do precatório.

Segundo Anizio, o Sindicato APEOC defende a tese de que pelo menos 60% do precatório do Fundef devem ser investidos na valorização do Magistério, como previa a lei de criação do Fundef. “Sendo assim, não aceite percentuais menores do que esse. A batalha judicial pode demorar mas o direito dos professores é inegociável”, enfatizou o dirigente cearense.



















Como foi a programação do seminário

O Seminário Estadual sobre Precatórios do Fundef começou às 9 horas com a abertura e composição da mesa. Meia hora depois, o advogado Vicente Bandeira de Aquino Neto falou sobre a experiência do processo para resgate dos valores dos precatórios em Fortaleza. Em seguida, Anizio Melo, presidente da APEOC – Sindicatos Trabalhadores em Educação em Fortaleza, falou sobre a defesa dos precatórios do Fundef e a intervenção necessária da entidade sindical.


Às 11 horas, a advogada baiana Denise da Mata falou sobre as contradições dos órgãos de controle externo e do jurídico sobre o Fundef.

Às 14 horas, após composição da mesa e chamada apresentação das propostas unificadas. Uma hora e meia depois houve a votação e elaboração da proposta unificada sobre o posicionamento da APLB-Sindicato frente à questão dos precatórios do Fundef.

Com grande sucesso nos debates, o seminário foi encerrado por volta das 17 horas.

Situação dos Precatórios na Bahia

Na Bahia, os conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) aprovaram Resolução advertindo os prefeitos de que os recursos oriundos de precatórios referentes ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Fundamental (Fundef) só poderão ser aplicados em educação, nos termos da Lei Federal 11.494/2007, sob pena de caracterização de desvio de finalidade. Alertam que, em caso de descumprimento, os gestores estão sujeitos a penas administrativas e a representação ao Ministério Público Federal. Não se admite, também, de acordo com o documento, “a qualquer título, a cessão dos créditos de precatórios, nem a sua utilização para o pagamento de honorários advocatícios, inclusive na hipótese dos contratos celebrados para propositura e acompanhamento de ação judicial visando obter os respectivos créditos, ressalvadas decisões judiciais em contrário, transitadas em julgado”.

O TCM decidiu emitir uma Resolução orientando os prefeitos em razão do volume de recursos que os municípios vão receber após questionarem na Justiça o repasse a menor de recursos do Fundef, por parte da União, entre os anos de 1998 e 2006. Sentenças já prolatadas em favor de 48 municípios pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região – dos 198 municípios que recorreram à Justiça – preveem o pagamento de um total de R$702 milhões. Algumas prefeituras já receberam os precatórios milionários, como por exemplo, a de Casa Nova, que foi beneficiada com o equivalente a R$92,7 milhões.

O objetivo do TCM é impedir o uso indevido destes recursos em ações estranhas à educação e advertir os prefeitos sobre a rigorosa fiscalização que será realizada e as punições a que estão sujeitos em caso de desvio de finalidade. Isto se fez necessário porque há informações de que alguns prefeitos de municípios contemplados com os precatórios manifestaram a intenção de utilizar os recursos de forma livre e desvinculada da educação, sob o argumento de que os valores não teriam mais a natureza de verba do Fundef, e sim indenizatória – o que preocupa não só o TCM como também o Ministério Público Federal, Estadual e o Ministério Público de Contas.

Fonte: Portal da APLB Executiva