Dia Internacional da Mulher, o 8 de março representa os anseios das Mulheres por RESPEITO, LIBERDADE E JUSTIÇA.
O momento é de mobilização total contra a retirada de direitos sociais e trabalhistas. Este ano, a data será marcada também pelos protestos contra a reforma da Previdência, proposta pelo governo golpista de Michel Temer, que penaliza duplamente as mulheres com o aumento do tempo de contribuição, para absurdos 49 anos para ter direito à aposentadoria integral e a igualdade de idade com os homens, desconsiderando toda a carga extra de trabalho doméstico e os cuidados com os filhos e a família.
Mais uma vez o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga pesquisa onde comprova que a mulher trabalha 7h30, por semana, a mais que os homens. Além disso, os salários femininos são cerca de 30% menores do que o dos homens.
De acordo com Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), as manifestações deste 8 de março – Dia Internacional da Mulher – marcarão a força de mais da metade da população brasileira. Ela ataca a reforma da previdência.
“Somente no dia em que houver igualdade de gênero no país, no mundo do trabalho, nas instituições públicas e privadas, no Congresso e na família é que se poderá pensar em igualar o tempo de contribuição para a aposentadoria entre os sexos”, diz. Pereira cita também o projeto de lei que escancara a terceirização e precariza ainda mais o trabalho da mulher.
“Os governantes e os parlamentares deveriam se ater aos textos constitucionais contra a discriminação, em vez de procurarem aumentar o foço entre os gêneros”. Ela afirma que recaem ainda sobre as mulheres as responsabilidades de cuidar da família, dos filhos e os afazeres domésticos".
A sindicalista comenta também a questão do assédio moral e sexual. "Nós somos assediadas desde o momento em que pisamos na rua, no transporte coletivo, no trabalho e muitas vezes até dentro de casa", reforça.
Tarefas domésticas
Ela se refere à informação de que 90% das mulheres declararam ao IBGE exercer trabalho não remunerado, ou seja, atividades domésticas. Segundo o levantamento, em 2015, 40% dos lares brasileiros eram chefiados por mulheres, 34% deles sem a presença do cônjuge. Em 2000, 24,9% das famílias eram chefiadas por mulheres.
Os dados revelados pelo IBGE mostram o dilema que as mulheres vivem na sociedade brasileira. “Nós trabalhamos mais, ganhamos menos, temos mais responsabilidades e sofremos mais discriminações”, afirma Pereira.
Contra a violência
Ela lembra também que a campanha deste ano do 8 de março “Se nossas vidas não importam, produzam sem nós”, protesta contra a violência a qual as mulheres são vítimas constantemente.
No Brasil, são denunciados cerca de 50 mil estupros anualmente. E estima-se que apenas 10% das vítimas denunciem. A cada 11 minutos uma mulher é vítima de violência doméstica e milhares são assassinadas todos os anos pelo fato de serem mulheres.
“Se com as políticas públicas da última década, a violência contra a mulher continua alarmante, os estupros crescem dia a dia, o feminicídio também, imagine com um governo que abandona as políticas de proteção às mulheres e se recusa a debater as questões de gênero”, questiona.
De acordo com a sindicalista sergipana, a reforma da previdência vai impactar ainda mais a vida da mulher. “Carregamos conosco a responsabilidade pela maternidade e pela família. Os homens têm apenas 5 dias de licença paternidade, podendo chegar a 20 dias, se a empresa aderir ao programa Empresa Cidadã”. Mas ela garante que pouquíssimas aderiram.
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