"Projeto é a senha para regulamentar a escravidão moderna", denuncia presidente da CTB
JOANNE MOTA CRIADO: 10 MARÇO 2017 ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 10 MARÇO 2017
Indiferente aos interesses da classe trabalhadora e ao apelo das centrais sindicais, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, aliado do governo golpista de Michel Temer, segue à risca a orientação do Palácio do Planalto e quer apressar a votação do PL 4302, que possibilita a terceirização ampla, geral e irrestrita da economia brasileira.
Os prejuízos para trabalhadores e trabalhadoras serão imensos se tal propósito for vitorioso. A terceirização submete os assalariados a uma dupla exploração (pela terceirizada e pelo patrão que a contrata) e significa redução de salário (de 30% em média), aumento da jornada, corte de benefícios, maior rotatividade e insegurança jurídica, conforme demonstra estudo realizado pelo Dieese.
"Projeto é a senha para regulamentar a escravidão moderna", denuncia presidente da CTB
Além disto, a terceirização proposta esvazia o conceito constitucional de categoria, transformando empregados em prestadores de serviços, dividindo e desorganizando completamente o movimento sindical. É uma grave ameaça aos direitos sociais, à CLT, à organização sindical, ao Direito do Trabalho, à Constituição e ao povo brasileiro, que em sua esmagadora maioria pertence à classe trabalhadora.
Aliada a outras propostas do governo ultraliberal, como a prevalência do negociado sobre o legislado e as mudanças reacionárias na Previdência, a terceirização integra uma agenda de restauração neoliberal que encaminha o Brasil na direção da escravidão moderna.
A CTB conclama suas bases e o conjunto da classe trabalhadora à resistência e à luta vigorosa contra a terceirização e o retrocesso, em defesa da democracia, dos direitos trabalhistas e da soberania nacional.
Vamos redobrar a mobilização e os esforços para garantir o sucesso das manifestações convocadas para a próxima quarta-feira, dia 15, em todo o país, e barrar na luta a feroz ofensiva contra a classe trabalhadora desencadeada pelo governo entreguista e lesa pátria.
São Paulo, 10 de março de 2017
Adílson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Fonte: Portal da CTB
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