quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

CNE discute novas mobilizações e reajuste do piso


Educação Pública, Democracia e Resistência

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Nesta sexta-feira (16), último dia da reunião do Conselho Nacional de Entidades da CNTE, que ocorreu em Brasília, foram debatidosdiversos assuntos de interesse dos profissionais da educação, entre eles,o reajuste do piso salarial.

De acordo com o presidente da CNTE, Roberto Leão, o valor do piso, que hoje é de R$ 2.135,64, será reajustado em 7,64%. O reajuste será informado ao Ministério da Educação, em audiência com o ministro.

Ainda segundo Leão, a reunião é de suma importância. “Não apenas para discutirmos assuntos de interesse da categoria, mas porque estamos passando por um momento turbulento no nosso país, regido por esse governo golpista, e que nos obriga a nos prepararmos e nos posicionarmos frente a diversos projetos e medidas,em especiala Reforma da Previdência, que irá prejudicar a classe trabalhadora, principalmente as mulheres”, ressaltou.

No evento,que contou com a participação de 44 entidades,foi discutido também o calendário das próximas mobilizações da categoria. Entre as atividades,foi propostoreuniões nas bases, nos estados, para avaliar uma greve geral, por tempo indeterminado, no início do ano, que será aprovado no 33º Congresso da CNTE que ocorrerá de 12 a 15 de janeiro de 2017, em Brasília.

De acordo com a Secretária Geral da CNTE, Marta Vanelli foram inscritos no Congresso, 2.261 delegados e 12 resoluções de diferentes forças políticas. “Isso nos aponta, que teremos um debate plural e muito proveitoso no evento”, ressaltou.

No CNE, também foi aprovado o regimento do Congresso, com o tema “Paulo Freire: Educação Pública, Democracia e Resistência”. Os temas de debates serão: conjunturas nacional e internacional, política educacional e sindical, balanço político, políticas permanentes, e plano de lutas.

Os presentes também aprovaram o regimento eleitoral para eleições da diretoria executiva e do conselho fiscal da CNTE, para a gestão 2017-2020, que ocorrerá no Congresso.

Confira mais fotos do evento na página da CNTE no Facebook

Fonte: Portal da CNTE

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Até ex-ministra de FHC adverte: PEC 55 é um desastre


Opinião é de Claudia Costin, ex-diretora global de Educação do Banco Mundial


Roberto ParizottiManifestantes em ato na Anchieta, região do Grande ABC, contra golpista Temer

O Senado vota nesta terça-feira (13/12), em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, conhecida como PEC do teto dos gastos públicos. Elaborada como uma tentativa de conter a crise econômica, a proposta fixa um limite para os gastos do governo pelos próximos 20 anos. No primeiro turno, realizado no final de novembro, os senadores aprovaram a proposta por 61 votos favoráveis e 14 contrários.

Se a PEC 55 for aprovada, a partir de 2018 os investimentos mínimos para educação e saúde deixam de crescer proporcionalmente à receita do país e passam a ficar congelados – corrigidos apenas pela inflação do ano anterior. Como se trata de um piso, e não de um teto, é possível, na teoria, que a União invista mais que o mínimo estipulado. Mas como as outras áreas estarão com seus orçamentos limitados, é improvável que sobre dinheiro para gastos extras com educação e saúde.

Em entrevista à DW Brasil, Claudia Costin, ex-diretora global de Educação do Banco Mundial, afirma que os impactos da PEC 55 serão danosos às futuras gerações de alunos. "O Brasil continuará com o desastre educacional que tem hoje."


Claudia já foi secretária de Educação da cidade do Rio de Janeiro, de Cultura do estado de São Paulo e ministra da Administração e Reforma do governo de Fernando Henrique Cardoso. Hoje, vive nos Estados Unidos, onde leciona na Faculdade de Educação de Harvard. Segundo ela, é imprescindível que o Brasil invista mais nos salários e na formação dos professores para aumentar a produtividade dos novos trabalhadores brasileiros.

"Se não conseguirmos avançar nessas medidas, estaremos condenados a uma educação de baixa qualidade, e o Brasil não vai conseguir crescer economicamente. O país será uma promessa falida", afirma Claudia. 

DW Brasil: Como a senhora avalia os impactos da PEC 55 para a educação?
Claudia Costin: Estamos com um problema sério e de longo prazo. Acredito que a PEC 55 vai trazer danos graves para a educação, sem ganhos significativos do ponto de vista fiscal. Não sou contra medidas de austeridade. Houve uma gestão irresponsável das contas fiscais, gastando-se mais do que se podia. Mas na tentativa de correção do problema, é fundamental preservar a educação. Normalmente, quando países têm problemas fiscais, ao menos os mais desenvolvidos, eles preservam a educação dos cortes. O Brasil optou por não fazer isso. É uma grande pena.

Qual será o ponto mais prejudicado pelas novas regras para investimentos em educação?
Muitos olham para os números e dizem que o Brasil já gasta muito com educação. Isso não é verdade. Países que deram saltos na qualidade da educação tiveram de aumentar os investimentos durante um certo período. Não estamos fazendo o mesmo. Pelo contrário.

Hoje, não investimos o suficiente no ensino básico e pagamos mal os professores. Acredito que o mais complicado será lidar com a questão da atratividade da profissão de professor, que vai continuar baixa pelos próximos 20 anos. Caso não se estabeleça um mecanismo de revisão logo (antes dos dez anos previstos pela proposta), o Brasil vai continuar com o desastre educacional que tem hoje.

Quais serão as consequências de não se adotar esses investimentos? 
O impacto direto é condenar o Brasil a uma baixa qualidade da educação das crianças por um período de 20 anos. Nenhum sistema educacional é melhor que a qualidade de seus professores. Melhorar o salário do professor é uma das medidas mais importantes para aumentar a atratividade da licenciatura, para aqueles jovens que ainda vão escolher que profissão seguir. Pesquisas mostram que os piores alunos tendem a escolher profissões de baixa atratividade. Corrigir esses salários demanda um esforço importante, constante e progressivo. Ao congelarmos os gastos por 20 anos, isso não poderá ser feito. Não é a única medida para melhorar a educação, mas é uma das mais importantes.

O que pode ser feito para melhorar a educação no país, independentemente da quantidade de recursos investidos?
O ideal seria, pelo menos, aprovar revisões dos valores dos investimentos antes dos dez anos – como prevê a PEC 55. Mas mesmo se isso não passar, será preciso mudar a universidade que forma os professores. Tornar a faculdade de educação e a licenciatura mais profissionalizantes, preparar melhor os universitários para a profissão de professor. Também temos de pensar na criação de um processo de ensino mais adequado para os jovens e adotar um currículo nacional comum (a base nacional curricular comum já está em processo de elaboração pelo governo), que defina claramente as expectativas de aprendizagem dos alunos brasileiros. É preciso que este currículo seja muito mais adequado para as demandas do século 21: que forme jovens que saibam pensar, aplicar conceitos em situações reais, ler e interpretar textos de forma analítica. Tudo isso demanda um professor mais bem preparado. É um esforço que temos de fazer independentemente da PEC do teto dos gastos públicos.

Em que sentido é preciso melhorar a formação dos professores?
Hoje, a formação dos professores é excessivamente focada nos fundamentos da educação, como sociologia da educação, história da educação, filosofia da educação. Os currículos das universidades que formam professores trabalham muito pouco com a prática. Os cursos de Engenharia e Medicina, por exemplo, preparam o futuro engenheiro ou médico com uma abordagem prática e reflexão sobre a prática muito maior. Em educação, isso não acontece. É urgente mudar os currículos de formação de professores pelas universidades e os concursos públicos das secretarias municipais e estaduais de educação para selecionar professores que, durante sua formação, tenham desenvolvido sua competência de ensinar de forma mais prática, com maior enfoque na didática.

Caso essas mudanças não sejam adotadas, como a senhora vê o país daqui a 20 anos?
Vejo o país estagnado. Uma das questões mais preocupantes que observamos na economia brasileira é a da produtividade, que está estagnada em um patamar muito baixo. Com uma produtividade baixa, e ela tem uma correlação importante com a qualidade da educação e o crescimento econômico de longo prazo, não vamos crescer. Com menos investimentos em educação, não vamos conseguir preparar os jovens para o futuro do mercado de trabalho. Hoje, vários cargos que demandam atividades manuais e intelectuais rotineiras estão se tornando obsoletos e desaparecendo por causa da automação do trabalho. O que está sendo cada vez mais valorizado no mercado é a capacidade de criação, concepção, reflexão crítica, comunicação. E essas habilidades dependem de uma educação mais sofisticada e de melhor qualidade. Se não conseguirmos avançar nessas medidas, estaremos condenados a uma educação de baixa qualidade, e o Brasil não vai conseguir crescer economicamente. O país será uma promessa falida.

O que garante o crescimento econômico de longo prazo, especialmente inclusivo, que diminua a desigualdade, é a educação de qualidade. Se o Brasil colocar no seu projeto de nação a educação como um eixo estruturador, e investir nela, poderemos ser um país diferente.

A senhora conhece outros países que já adotaram medidas semelhantes ao que a PEC 55 propõe para a educação?
Não. No Brasil, quem usa os serviços de educação e saúde públicas são, em geral, as pessoas mais pobres. A classe média frequenta pouco as escolas públicas e os serviços de saúde do governo. Num país tão desigual como o nosso, estaremos atingindo os mais pobres. Com certeza, há outras formas de cortar gastos sem prejudicar investimentos em educação e saúde.

Em oposição à PEC 55 e à Medida Provisória da reforma do Ensino Médio (que, entre outros pontos, diminui a quantidade de disciplinas obrigatórias da grade curricular), milhares de estudantes ocuparam escolas de todo o país. Como a senhora avalia este movimento estudantil?
Durante muito tempo, o sistema educacional brasileiro tratou os jovens de forma um pouco infantilizada, como se não pudessem ser protagonistas de sua própria vida escolar. Na Finlândia, por exemplo [país com desempenho educacional excelente], as escolas não chamam os pais para discutir comportamento de alunos de Ensino Médio. Eles chamam o próprio aluno. O estudante tem de perceber que a educação dele depende do seu protagonismo. Ele é o principal ator na construção dos seus sonhos e na sua vida escolar. Quem vai sair perdendo se a qualidade da educação ficar congelada ou se deteriorar ainda mais vai ser justamente esta geração.

Por isso, vejo esse movimento estudantil de forma positiva, embora eu concorde que o ensino médio brasileiro, com uma média de quatro horas de aula por dia e 13 disciplinas, está insustentável. Precisamos criar trilhas diferentes de educação, em que o aluno possa escolher disciplinas e não cursar durante os três anos as 13, ou 15 em alguns estados, matérias obrigatórias. Se olharmos para os 30 primeiros países no ranking do Pisa, nenhum deles têm mais de seis matérias, e todos têm carga horária maior que quatro horas de aula por dia. É uma pena que a reforma tenha sido proposta por medida provisória, mas ao meu ver ela é necessária.

O Brasil obteve resultados ruins no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) em 2015, ocupando a 59ª posição em leitura, 63ª em ciências e 66ª em matemática, de um total de 70 países avaliados. Por que o desempenho brasileiro foi tão fraco?
O Brasil está estagnado há várias edições do ranking. O Pisa enfatiza a área de ciências, de letramento científico. Em primeiro lugar, estamos com professores muito mal formados para sua função. A universidade não prepara adequadamente professores no Brasil. Um professor de química, por exemplo, tem em média três anos e meio de  aulas de química e um ano, ou menos, de aulas de fundamentos da educação. Mas não aprende a didática da química, ele não aprende a ensinar os alunos a pensar cientificamente. A prova Pisa pede exatamente esta competência: aplicar conceitos científicos para resolver problemas do dia a dia. Os nossos professores não estão sendo preparados para isso. Além disso, dada a baixa atratividade da carreira, considerando os salários, condições e perspectivas, os melhores alunos do ensino médio não escolhem tornar-se professores. E mesmo os que já estão na faculdade de Química, Física e Biologia, por exemplo, na hora de fazer a licenciatura, optam apenas pelo bacharelado, porque o mercado paga muito mais que a sala de aula. A somatória das duas coisas, a baixa preparação da universidade e os salários reduzidos, explica boa parte do problema.

CartaCapital: A verdade sobre o dinheiro da Odebrecht


Revista repudia reportagem distorcida de O Globo
Divulgação



Embora as informações pertinentes tenham sido prestadas ao jornal O Globo, as distorções na reportagem “Odebrecht ‘emprestou’ verba a CartaCapital”, publicada na edição desta terça-feira 13, exigem novos esclarecimentos:

1. Em 2007 e 2009, a Odebrecht fez um adiantamento de publicidade no valor total de 3,5 milhões de reais a CartaCapital, uma operação normal no mercado. Naquele momento, a revista procurou vários anunciantes em busca de um reforço de caixa. O adiantamento foi negociado diretamente com a empresa por Mino Carta e Luiz Gonzaga Belluzzo, sócios da Editora Confiança, que edita a revista CartaCapital. Não houve interferência de ninguém a nosso favor.

2. O adiantamento foi pago da forma tradicional: por meio de anúncios e patrocínios de eventos. A Odebrecht chancelou vários de nossos seminários regulares intitulados “Diálogos Capitais”, bem como patrocinou a premiação “As Empresas Mais Admiradas no Brasil” em 2009, 2011, 2012, 2013 e 2014. Em 2013, figurou entre os patrocinadores do “Fórum Brasil”, que trouxe o economista Dani Rodrik. No ano seguinte, também patrocinou o mesmo evento, cujo principal palestrante foi Paul Krugman, Nobel de Economia. A editora possui os registros e notas fiscais dos anúncios publicados e eventos realizados.

3. Uma das maiores empresas do País, a Odebrecht  regularmente anuncia e patrocina eventos em diversos veículos, entre eles, o próprio O Globo. CartaCapital não sabe e não tem obrigação de saber de onde vieram os recursos do adiantamento da verba de publicidade. Não existe carimbo em dinheiro e trata-se de má-fé acreditar que o investimento na revista saiu de “um departamento de propina” e o aplicado nos demais meios de comunicação tem origem lícita. Além disso, o investimento publicitário da empreiteira deu-se quando não havia nenhum sinal do envolvimento da empresa nas ilicitudes apontadas pela Operação Lava Jato. Lembremos que outros meios de comunicação receberam verbas da Odebrecht em 2016, quando os fatos eram sobejamente conhecidos, nem por isso esses veículos podem ser acusados de conivência com qualquer tipo de atitude da empresa ou de defender este ou aquele interesse.

4. Desconfiamos que o vazamento dessa citação distorcida a CartaCapital esteja relacionado ao fato de não termos abdicado do dever jornalístico de apontar os erros e abusos da Operação Lava Jato, além da nossa conhecida postura crítica em relação aos meios de comunicação, em grande medida responsáveis, no nosso entender, pelo clima de caça às bruxas reinante no Brasil. Nossa lisura e transparência, reforçadas semanalmente ao longo dos últimos 22 anos, não serão abaladas por essa classe de ilações.

Milton Canuto de Almeida: Reforma da Previdência – PEC 287/2016 – Análise preliminar dos principais pontos

A proposta de Reforma Previdenciária já conhecida no seu nascedouro como Reforma da Morte exterminadora do futuro foi encaminhada ao Congresso Nacional, o texto se transformou na Emenda à Constituição - PEC 287/2016. A proposta é a mais radical já apresentada na história previdenciária brasileira, a mesma pretende alterar os artigos 37, 40, 149, 167, 195, 201 e 203 da Constituição Federal, para dispor sobre a previdência social, estabelece regras de transição e dá outras providências.
Primeiramente, a Previdência faz parte de algo maior. Ela integra o sistema de proteção criado na Constituição Cidadã de 1988, chamado de Seguridade Social, que inclui o tripé Previdência, Saúde e Assistência Social. Pela Carta Magna, a Previdência tem caráter contributivo e filiação obrigatória, a Saúde é um direito de todos e a Assistência Social, destinada a quem dela precisar.
Os defensores da reforma fazem um discurso falso, sempre apontando que a previdência é deficitária, no entanto o que eles desconsideram são as demais fontes de recursos do Orçamento de Seguridade Social, bem como as renúncias fiscais do governo. Portanto, temos um modelo de proteção que tem recursos próprios, arrecadados através de diversas fontes de financiamento, como contribuições sobre as folhas de pagamentos, sobre o lucro das empresas, sobre importações e parte dos concursos de prognósticos promovidos pelas loterias da Caixa Econômica Federal, ou seja, os números mostra o contrário, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP) divulga anualmente com base em dados do próprio governo, a publicação Análise da Seguridade Social e os superávits são sucessivos, a saber: saldo positivo de R$ 59,9 bilhões em 2006; R$ 72,6 bilhões, em 2007; R$ 64,3 bilhões, em 2008; R$ 32,7 bilhões, em 2009; R$ 53,8 bilhões, em 2010; R$ 75,7 bilhões, em 2011; R$ 82,7 bilhões, em 2012; R$ 76,2 bilhões, em 2013; R$ 53,9 bilhões, em 2014. No ano passado não foi diferente. Em 2015, sendo um ano considerado de grandes dificuldades econômicas, também o saldo foi positivo em R$ 24 bilhões, o que mostra a força do sistema de Seguridade Social, ou seja, os governantes sabem do superávit, mas insistem em usar o discurso do déficit para promover sucessivas mudanças na Previdência, sempre de olho em ampliar e desviar o caixa, nunca em beneficio dos trabalhadores.
A PEC 287/16 se aplicada como proposta transformará o Brasil em um dos piores do mundo, em termo de aposentadoria, onde muitos brasileiros sequer irão se aposentar, enquanto outros irão se aposentar nas beiras de problemas sérios de saúde que os deixarão incapacitados de ter uma vida plena até a sua morte.
O governo para justificar a escolha cabalística do número 65 como idade para aposentadoria, apresentou um gráfico elaborado com dados da OCDE (2012):
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Figura 1. Fonte: Exposição de Motivos PEC 287/16. Dados da OCDE 2012.
Onde podemos constatar de fato, que a grande maioria dos países da OCDE utilizam como idade mínima para aposentadoria a idade de 65 anos, sendo que alguns deles só chegarão aos 65 anos em 2025, o Japão por exemplo.
Ora, para sua apresentação o governo não compara diferenças socioeconômicas, distribuição de renda, custo de vida e muito menos aprofunda ao tratar do tema idade mínima de aposentadoria, a questão da expectativa de vida. Ou seja, quantos anos, em média, as pessoas ficam aposentadas antes de morrer? Quantos anos, em média, um indivíduo poderá desfrutar de sua aposentadoria, depois de ter passado uma vida trabalhando e contribuindo para a previdência?
Em um estudo feito pelo Auditor Federal de Finança e controle Marcelo L. Perrucci, Presidente do Conselho Fiscal da FUNPRESP (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo) tomando como referência os dados da Organização Mundial da Saúde/ONU sobre expectativa de vida de cada um dos países do gráfico acima que tem a idade mínima para aposentadoria de 65 anos e comparando com o Brasil, temos: 
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Figura 2. Fonte: OMS/ONU. Elaborado pelo Autor.
Podemos constatar que a expectativa de vida média dos países que delimitaram em 65 anos o corte para a aposentadoria é de 81,2 anos, enquanto que a expectativa de vida no Brasil é de 75 anos, ou seja, indivíduos desses países deverão viver 6,2 anos a mais do que um cidadão brasileiro. Então pregunta-se qual é o sentido igualar a idade de aposentadoria para a média desses países?
Constata-se também que na Turquia, por exemplo, a expectativa de vida não chega aos 76 anos e na Eslováquia não chega aos 77 anos, no entanto a idades mínimas de aposentadoria nesses países é de, respectivamente, 60 e 62 anos. Expectativas de vida menor, idade mínima para aposentadoria menor. Isso faz sentido, não faz? Aparentemente, não para o governo. Vemos também que nos países escolhidos como modelo a expectativa de vida com saúde é sempre maior do que a idade de aposentadoria. Como já vimos que nesses países um indivíduo ainda terá 6,5 anos com saúde para aproveitar sua aposentadoria antes de ser acometido por alguma doença ou impedimento. Já no Brasil e aplicado a idade mínima de 65 anos, na média, um indivíduo teria 6 meses. Isso mesmo, 6,5 anos lá, 6 meses aqui.
O Brasil com uma idade de aposentadoria de 60 anos (hoje já aplicada nas regras da previdência própria dos servidores público 60 anos para os homens e 55 para as mulheres), de Portanto significa dizer que a PEC 287/16 tem o potencial de transformar o Brasil no pior país, dentre os analisados, para se aposentar, o que significa dizer que muitos brasileiros sequer irão se aposentar, enquanto outros irão se aposentar já cercados de problemas sérios de saúde que os deixarão incapacitados de ter uma vida plena até morrerem.
Passamos a indicamos como fica as novas regras previdenciárias especialmente em relação: I – unificação da idade mínima, II - às regras de transição, III - ao cálculo dos benefícios previdenciários, IV - aos requisitos entre homem e mulher para efeito de aposentadoria, V - Das regras previdenciárias do trabalhador rural, VI - às aposentadorias especiais, VII - às pensões, VIII - à aposentadoria por invalidez, IX - à acumulação de aposentadorias ou aposentadorias e pensões, X - O Benefício de Proteção Continuada – BPC, XI - Contribuição de aposentados e XII - à paridade e integralidade.


CNTE pelo fim da violência contra a mulher

“Queremos chamar a atenção não só dos trabalhadores(as), mas de toda a sociedade para a importância de realizar denúncias no caso de violência contra a mulher”, ressaltou o presidente da CNTE, Roberto Leão.
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Desde 2007, instituído pela Lei 11.489/07, no dia 6 de dezembro é celebrado o dia do “Laço Branco”, data que marca o dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O dia integra o calendário da “Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, que iniciou no dia 25 de novembro e se encerra neste 10 de novembro.

A campanha começou após uma tragédia ocorrida em 1989, em Montreal, no Canadá. Um homem de 25 anos (Marc Lepine) invadiu uma escola politécnica canadense, ordenou que homens se retirassem, assassinou 14 mulheres e suicidou-se em seguida. A tragédia mobilizou canadenses a criar a primeira campanha do Laço Branco. Entre 25 de novembro e 6 de dezembro daquele ano, foram distribuídos cerca de 100 mil laços entre os homens canadenses.

A CNTE apoia a campanha e convoca os trabalhadores em educação a se engajarem nesta luta. “Queremos chamar a atenção não só dos trabalhadores(as), mas de toda a sociedade para a importância de realizar denúncias no caso de violência contra a mulher”, ressaltou o presidente da CNTE, Roberto Leão.


Reprodução: Portal BrasilA campanha deste ano pretende alertar a população para atitudes que levam ao desrespeito às mulheres

Campanha dos 16 dias de ativismo

Desde 2003, o Brasil participa da campanha mundial “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher”. Neste ano, o tema da campanha “Machismo. Já passou da hora” faz um alerta sobre pequenas atitudes do cotidiano que levam ao desrespeito à mulher. O objetivo é levantar o debate e a reflexão para diferentes formas de agressões e contextos que podem desencadear violências mais graves contra as mulheres.

A campanha foi desenvolvida em 1991, quando mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), iniciaram uma campanha com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. A data é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, que se posicionaram contrárias ao ditador Trujillo, ficando conhecidas como “Las Mariposas”, e sendo assassinadas em 1960, na República Dominicana.

Laço Branco

A Campanha Brasileira do Laço Branco tem por objetivo sensibilizar, envolver e mobilizar os homens em ações pelo fim de todas as formas de violência contra a mulher, atuando em consonância com as ações dos movimentos de mulheres, feministas e de outros movimentos organizados em prol da equidade de gênero e justiça social.

Durante os 16 Dias de Ativismo, a Campanha do Laço Branco participa distribuindo laços brancos para os homens que, ao aceitarem a fita, estão se comprometendo a combater a violência contra as mulheres em todas as suas formas.

No Brasil, a Campanha do Laço Branco é coordenada pela Rede de Homens pela Equidade de Gênero (RHEG), constituída por um conjunto de organizações não-governamentais e núcleos acadêmicos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Trabalhadores marcham contra retirada de direitos


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Profissionais da educação se uniram a demais trabalhadores de todo o país numa grande mobilização nesta terça-feira (29), em Brasília. O ato organizado pela CUT, que teve a participação da CNTE e demais centrais sindicais, foi contra a aprovação da PEC 55, a MP 746 e a retirada de direitos dos trabalhadores. Os servidores se concentraram no Museu da República e seguiram em marcha até o Congresso Nacional.

A PEC 55 que tramita no Senado é a antiga PEC 241 que foi aprovada na Câmara, no último dia 25 de outubro e uma prioridade do governo de Michel Temer. A proposta é exposta pelo Planalto como a solução para o ajuste fiscal. E para tanto, investimentos públicos essenciais e estratégicos, como em saúde, educação e assistência social, sofrerão um grande impacto e ficarão sem reajuste por 20 anos.
“Isso ocorrerá, pois atualmente essas áreas já precisariam de mais investimento. Sob o novo regime, terão ainda menor possibilidade de serem incrementadas, afetando de forma desproporcional as populações mais vulneráveis”, afirma o presidente da CNTE, Roberto Leão.

A Medida Provisória 746 foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União no último dia 23 de setembro. A mudança provocou discussões no país ao incluir a possibilidade de escolha de diferentes trilhas de formação tradicional e técnica, educação integral e autorizar a contratação de professores sem licenciatura, mas que apresentem "notório saber".

“A reforma do Ensino Médio não se faz apenas com a mudança do currículo, mas é necessário melhorar as condições de infraestrutura das escolas e as condições de trabalho e salariais dos profissionais da educação e por isso nós estamos aqui hoje pra dizer não à essa MP e a retirada de direitos dos trabalhadores”, ressaltou a Secretária Geral da CNTE, Marta Vanelli.

“Vamos continuar lutando e mobilizados contra a aprovação dessas propostas que provocam um verdadeiro desmonte do Estado brasileiro”, disse o Secretário de Assuntos Educacionais da CNTE e Coordenador-Geral do Fórum Nacional de Educação (FNE), Heleno Araújo.

O evento também contou com a participação da Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), e das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo.

Calendário Escolar 2017 de acordo com a proposta da APLB-Sindicato


A APLB-Sindicato foi atendida em seu pleito de alterar o calendário escolar da rede estadual de ensino público da Bahia. Tanto a diretoria do sindicato quanto a categoria estranharam a falta de recesso junino. A Secretaria Estadual de Educação admitiu a falha e fez as devidas correções apontadas pela APLB-Sindicato.

Confira na imagem: