Se o projeto da terceirização passar o Brasil vai parar, diz presidente da CUT durante ato em São Bernardo do Campo.
Presidente da CUT, Vagner Freitas, no ato dos metalúrgicos no ABC |
Mesmo sob forte chuva, mais de 50 mil trabalhadores e trabalhadoras metalúrgicos participaram de mobilização no ABC, na manhã desta sexta-feira (29). Com concentração na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), em São Bernardo do Campo, São Paulo, a manifestação reuniu trabalhadores das sete cidades da região, que caminharam até a praça da Matriz, local histórico para a categoria.
O Dia Nacional de Paralisação foi um chamado da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em conjunto com outras centrais sindicais e entidades dos movimentos sociais, como protesto contra o PL da terceirização, contra as Medidas Provisórias 664 e 665 e o ajuste fiscal, em defesa dos direitos da classe trabalhadora e da democracia.
O Congresso Nacional, o mais conservador desde a ditadura, vem pautando uma agenda política e econômica que atinge diretamente a vida dos trabalhadores brasileiros. “A CUT tem lado, o lado do trabalhador e da trabalhadora. A CUT parou o Brasil inteiro com grandes atos neste dia nacional de paralisação. A unidade neste dia de luta faz parte de um grito que os trabalhadores tem dado nos últimos anos, e hoje, principalmente, contra a retirada de direitos”, declarou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
Segundo Vagner Freitas, as manifestações denunciam as pautas que prejudicam os trabalhadores e fazem o Brasil “andar pra trás” - como o PL 4330, aprovado na Câmara e que agora tramita no Senado (PLC 30), que amplia a terceirização e precariza ainda mais as relações do trabalho; as MPs 664 e 665, que reduzem direitos conquistados pelos trabalhadores, como seguro-desemprego e mudanças na previdência; e agora a institucionalização do financiamento privado de campanha, uma grande brecha para a corrupção. “Esse Congresso, eleito com a ajuda dos grandes empresários e da grande mídia, está tentando impor estas e outras pautas negativas que prejudicam o conjunto da sociedade”, disse.
Para o Secretário-Geral nacional da CUT, Sérgio Nobre, o plano econômico do Ministro da Fazenda Joaquim Levy, também faz parte das criticas dos trabalhadores que saem em defesa dos direitos. “A política econômica que está em curso empurra o País para a recessão, que leva às demissões. Esse processo tem que ser revertido. Mais de 50 mil metalúrgicos nas ruas hoje é um recado importante que a classe trabalhadora está dando para o Brasil”, diz Sérgio.
E o recado está sendo dado. Segundo Vagner Freitas, “se o projeto de terceirização passar a presidenta Dilma vai ter que vetar. Além disso, a fórmula 85/95, alternativa ao fator previdenciário, tem que ser sancionada pela presidenta”. Durante o ato dos metalúrgicos do ABC, Vagner também destacou: “Se passar o 4330 todos vocês serão demitidos. E esse sindicato (SMABC) está fazendo uma luta duríssima junto às montadoras do setor metalúrgico pela manutenção dos empregos”.
No ABC, o Sindicato também destaca a mobilização junto ao Governo Federal para a execução do Programa de Proteção ao emprego (PPE), um programa inspirado numa alternativa alemã que preserva os empregos nas grandes crises. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos no ABC, Rafael Marques, estes setores que estão tentando levar o Brasil para o caminho da recessão, do desemprego, de reduzir salários e aumentar juros são os que o senador Aécio Neves defendeu durante eleição no ano passado. “Não podemos permitir que a presidenta Dilma esteja influenciada por esta agenda dos banqueiros, dos grandes empresários, da velha mídia, que quer o tempo todo influenciar em reformas que tiram direitos dos trabalhadores. Estas paralisações aqui no ABC e no Brasil mostram que os trabalhadores querem mudar a pauta econômica e social do pais”, destacou Rafael.
Durante todo o ato, dirigentes da CUT Nacional, do sindicato dos metalúrgicos e do macrossetor da indústria, deputados e representantes de vários sindicatos lembraram a luta dos professores que acontece em todo o País. Só em São Paulo, a greve dura mais de 70 dias e, no momento, há greves de educadores em mais de sete estados. No ato também foi relembrado o ano difícil que a classe trabalhadora está passando, desde janeiro, com os trabalhadores na Volkswagen e em outras montadoras lutando para garantir seus empregos.
Para a dirigente da CUT, Jandyra Uehara, a conjuntura vai exigir unidade, muita capacidade de luta e vontade de lutar. “Para isso nós temos que ir ao combate duro, como as paralisações, rumo à greve geral contra as retiradas de direitos. O que nós queremos para nosso país é que este país cresça, se desenvolva, que tenha igualdade de direitos e que tenha a classe trabalhadora mais vitoriosa”.
Vagner reafirmou: se o projeto da terceirização passar o Brasil vai parar. E esse é e sempre será o papel da CUT - a defesa da classe trabalhadora.
Fonte: Portal da CUT
Nenhum comentário:
Postar um comentário